segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Renascer Teen Nacional matéria do Jornal o GLOBO



A Comissão Global sobre Política de Drogas afirmou [ontem] que a "guerra às drogas" global fracassou, e exortou os países a estudarem medidas como a legalização da maconha para ajudar a enfraquecer o poder do crime organizado.
A comissão, da qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso faz parte, incentivou governantes internacionais a adotar uma nova abordagem para as drogas, substituindo a estratégia atual de criminalização rígida e prisão dos usuários, ao mesmo tempo combatendo os cartéis criminosos que controlam o tráfico.
"A guerra global contra as drogas fracassou, com consequências devastadoras para indivíduos e sociedades pelo mundo afora", diz o relatório divulgado pela comissão.
Guerra global às drogas fracassou, diz painel internacional
Publicada em 02/06/2011 às 13h08m
Reuters

WASHINGTON - A Comissão Global sobre Política de Drogas afirmou nesta quinta-feira que a "guerra às drogas" global fracassou, e exortou os países a estudarem medidas como a legalização da maconha para ajudar a enfraquecer o poder do crime organizado.
A comissão, da qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso faz parte, incentivou governantes internacionais a adotar uma nova abordagem para as drogas, substituindo a estratégia atual de criminalização rígida e prisão dos usuários, ao mesmo tempo combatendo os cartéis criminosos que controlam o tráfico.
"A guerra global contra as drogas fracassou, com consequências devastadoras para indivíduos e sociedades pelo mundo afora", diz o relatório divulgado pela comissão.
Além do ex-presidente brasileiro FHC, o painel é composto por outros 18 membros, como o atual primeiro-ministro grego, George Papandreou, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, o empresário britânico Richard Branson, o ex-secretário de Estado norte-americano George Schultz, os ex-presidentes da mexicano Ernesto Zedillo, suíça Ruth Dreifuss, colombiano Cesar Gaviria e o ex-chefe do Federal Reserve dos EUA Paul Volcker.
" Os esforços de repressão voltados contra os consumidores dificultam a tomada de medidas de saúde pública para reduzir o HIV/Aids, as mortes por overdose e outras consequências nocivas do consumo de drogas "
A comissão disse que são necessárias com urgência reformas fundamentais nas políticas nacionais e globais de controle de drogas. Entre as recomendações do painel, estão a substituição da criminalização e punição do consumidor recreativo de drogas por ofertas de serviços de saúde e tratamento e o incentivo a legalização da maconha e possivelmente de outras drogas ilícitas leves "para enfraquecer o poder do crime organizado e proteger a saúde e segurança de seus cidadãos". Além disso, a comissão acredita que países que continuam a focar em uma abordagem policial devem mirar no crime organizado violento e nos narcotraficantes.
Gastos fracassaram
"Gastos imensos com medidas de criminalização e repressão dirigidas contra produtores, traficantes e consumidores de drogas ilegais claramente fracassaram em reduzir efetivamente a oferta ou o consumo", acrescenta o relatório.
Em outro trecho o documento ainda afirma que:
"Vitórias aparentes na eliminação de uma fonte ou organização do tráfico são invalidadas quase imediatamente pelo surgimento de outras fontes e traficantes. Os esforços de repressão voltados contra os consumidores dificultam a tomada de medidas de saúde pública para reduzir o HIV/Aids, as mortes por overdose e outras consequências nocivas do consumo de drogas,"
O painel ainda acrescentou que o dinheiro gasto por governos em esforços vãos para reduzir a oferta de drogas e encarcerar pessoas por delitos relacionados às drogas poderia ser gasto com mais utilidade com maneiras diferentes de reduzir a demanda de drogas e os malefícios causados pelo abuso delas.

Com FHC, "Quebrando o Tabu" discute questão das drogas
Plantão | Publicada em 02/06/2011 às 16h57m
Reuters/Brasil Online
SÃO PAULO (Reuters) - O mundo perdeu a guerra contra as drogas e as experiências de tolerância zero adotadas, em especial pelos Estados Unidos, se mostram ineficientes. Pior: a repressão aos usuários - vistos como bandidos, não como doentes - não apenas reforça os equívocos dos métodos utilizados, como ampliam a crise social provocada pela dependência química.
Em linhas gerais, essas são as questões que o diretor Fernando Grostein Andrade traz para o debate com o documentário "Quebrando o Tabu". Conhecido por "Coração Vagabundo", no qual segue uma turnê de Caetano Veloso pelo mundo, o jovem cineasta quer agora iniciar um diálogo social sobre as drogas, principalmente no que tange à descriminalização do usuário da maconha.
Para isso, chamou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para ser âncora de seu filme. Ele estabelece uma linha de credibilidade ao que é apresentado na tela, juntamente com depoimentos dos ex-presidentes dos EUA Bill Clinton e Jimmy Carter, além de famosos como o escritor Paulo Coelho, o ator mexicano Gael Garcia Bernal e o oncologista Drauzio Varella, entre outros.
O diretor acerta em não fazer um filme panfletário, nem de apologia ao consumo de maconha, disfarçado de direito à liberdade individual. Além de apresentar os fatos como são, por meio de um cioso trabalho de pesquisa, joga luz em experiências que deram certo e errado no mundo na questão do tratamento dedicado aos dependentes.
Um exemplo são os cafés holandeses, que vendem maconha legalmente para o consumo de seus clientes, mas, paradoxalmente, precisam comprar ilegalmente o entorpecente de traficantes. Outro é o projeto português de despenalização do consumo de drogas. Quem é flagrado portando alguma substância é levado a um comitê, que analisa o caso e prescreve um melhor tratamento de desintoxicação, pago pelo governo.
O filme, enfim, não é uma tese, cuja conclusão se chega ao final da projeção. Como o próprio autor defende, é o início de uma discussão sobre o tema com dados e indicadores - em que as animações representam uma boa saída. Longe de seu conteúdo social, o documentário se mostra bem produzido, leve (apesar da gravidade do que se apresenta) e conduzido de forma eficaz.
No entanto, o que se percebe também em "Quebrando o Tabu" é a falta de um gancho forte, de uma polêmica sincera. De algo que possa retirar os espectadores da catarse provocada pela opinião de que determinados assuntos não têm solução. Nesse sentido, a ambição de promover um debate nacional sobre o tema perde força.
(Por Rodrigo Zavala, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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